Diante da solicitação do Governo Federal para que o processo de interiorização seja concluído, a Prefeitura de Boa Vista promoveu neste sábado, 24, uma ação de vacinação, avaliação e atendimento médico na Unidade de Saúde Olenka Macellaro para atender os venezuelanos que estão no abrigo localizado do bairro Tancredo Neves. Os imigrantes vieram para Boa Vista fugindo da crise humanitária que se instalou na Venezuela.
As equipes de saúde aguardavam mais de 500 venezuelanos na unidade de saúde para receber os atendimentos, tendo em vista que 571 deles, conforme dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) manifestaram a vontade de seguir viagem. O processo de interiorização foi uma das medidas adotadas pelo Governo, que consiste no deslocamento dos refugiados para outras regiões do país. A princípio, dois estados se dispuseram a receber um quantitativo de pessoas, Amazonas e São Paulo.
“A prefeitura disponibilizou atendimento médico e vacinação para garantir que essas pessoas possam atualizar sua carteira e assim ficarem livres de possíveis doenças, como sarampo e febre amarela. Aqueles que ainda não estão com a situação documental regular no Brasil seguiram para a Policia Federal para providenciar os tramites necessários para que esse processo seja concluído”, explicou a secretaria municipal de Gestão Municipal, Simone Queiroz.
Maria Flores, de 50 anos, foi uma das pessoas que receberam os serviços de saúde. Ela está a pouco mais de um mês em Boa Vista e veio acompanhada do marido e do irmão em busca de uma vida melhor. “Na Venezuela as coisas estão muito difíceis, não temos remédios, nem vacinas. Somos gratos ao que a prefeitura está fazendo por nós”, disse.
Carlos José Cotez, de 37, foi outro venezuelano que também passou pela unidade de saúde. Ele buscou atendimento, pois é um dos interessados na interiorização. “Vou em busca de um lugar melhor, de emprego, as coisas não estão fáceis para nós. Na Venezuela não temos acesso a remédios, graças a Deus conseguimos aqui com ajuda da prefeitura”, contou.
O chefe de escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Pablo Matos disse que a instituição está apoiando o Estado brasileiro nessa situação, e que nessa ação de saúde especificamente apoiando a Prefeitura de Boa Vista.
“Agradecemos muito a prefeitura por toda disponibilidade com essa ação, que se iniciou no Ginásio Tancredo Neves, em seguida as pessoas passaram pela unidade de saúde para receber os atendimentos necessários e os que não tinham documentos foram para a Polícia Federal. Esse é o exemplo perfeito de cooperação do Estado brasileiro e o ACNUR que visa desencadear esse procedimento de interiorização, que é a realocação voluntária dessas pessoas que estão aqui em Boa Vista para outras cidades brasileiras”, frisou.
Na última quinta-feira, 22, a prefeita Teresa Surita decretou situação de emergência social em Boa Vista diante da situação de calamidade e visando preservar, principalmente, a segurança e os direitos das crianças e adolescentes. O decreto tem validade de 180 dias.
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